O Visconde Partido ao Meio - Italo Calvino



O subgrupo "Narrativas e Literatura" foi pensado por um dos membros do grupo de pesquisa da Unesp que faço parte, o GHOEM (Grupo "História Oral e Educação Matemática"). O subgrupo foi criado com a intenção de lermos obras literárias e discutirmos tudo que a envolve: a história, as técnicas narrativas, os recursos, contextos, ideias de um período, etc.

Quando comentei sobre o grupo aqui no blog algumas pessoas ficaram interessadas, então venho comentar sobre nossa primeira leitura, O visconde partido ao meio.

Editora: Companhia das letras
Selo: Companhia de Bolso
Número de páginas: 104



O visconde partido ao meio, publicado originalmente em 1952, veio a compor com O Cavaleiro inexistente e O Barão nas árvores uma trilogia a que Italo Calvino (1923 - 1985) chamou de Os nossos antepassados, uma espécie de árvore genealógica do homem contemporâneo, alienado, dividido, incompleto. É a história de Medardo di Terralba, o voluntarioso visconde que, na defesa da cristandade contra os turcos, leva um tiro de canhão no peito, mas sobrevive, ficando absurdamente partido ao meio. A metade direita atormentada pela maldade, e a esquerda, pela bondade. "Ainda vem que a bala de canhão dividiu-o apenas em dois", comentam aliviadas suas vítimas.

(As informações foram retiradas do site da editora)


No grupo fizemos algumas ligações com os trabalhos e leituras acadêmicas. Como o blog tem um objetivo diferente trago abaixo um pouco sobre a história e alguns questionamentos que gostaria de compartilhar com vocês.

A história é narrada pelo sobrinho do visconde Medardo di Terralba. Ao longo do texto somos apresentados a duas versões do visconde, a direita má e a esquerda bondosa. Teria sido essa uma escolha pensada por Calvino? Teria alguma ligação com o coração ou com o fato de Italo Calvino ser comunista, ou seja, de um partido de esquerda e querer ressaltar esse lado como sendo algo bom?

Logo de início somos apresentados a parte direita e ao lermos as atrocidades cometidas por ela, vemos suas características como sendo algo ruim, algo maldoso. Mas, quando o lado esquerdo reaparece, somos banhados pelo excesso de bondade. Por exemplo, o lado esquerdo sugere aos comerciantes que abaixem o preço de seu produto (que já era baixo) pois existem pessoas passando fome, sugere que deveriam fazer caridade. Essa abundância de bondade não lhe faz perceber que dessa forma só estaria transferindo a miséria de família.

O livros nos mostra que tanto bondade como maldade em excesso fazem mal, não são boas, que se deve buscar um equilíbrio. A leitura também aponta para questões religiosas e outros princípios da sociedade.

Muitas vezes temos certos preconceitos com os livros clássicos, achamos que a leitura vai ser cansativa, que a linguagem var ser complicada, mas não é o que acontece nas 104 excepcionais páginas de  O visconde partido ao meio. O livro de Calvino é daqueles que você termina de ler mas os questionamentos, reflexões e inquietações permanecem com você. Foi uma excelente escolha para iniciar nosso grupo.






22 comentários:

  1. Leio muitos livros clássicos, adoro. Só não costumo comentar muito sobre isso no blog, é bem raro. Mas seria muito legal se mais gente expandisse suas leituras ♥
    Bjs

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  2. Ola Camila que bom que a linguagem é leve , na verdade todos temos nossos dois lado bom e mal e devemos equilibrar para viver bem. Gostei da premissa do livro e, é curtinho. Adorei a resenha. beijos


    Joyce
    www.livrosencantos.com

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  3. Oi Camila
    gosto bastante desses clássicos ainda não tive a oportunidade de ler esses
    mais assim que der irei comprar.

    beijos
    www.marichic.com

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  4. Oi Camila.
    Gosto de livro como O Visconde partido ao meio, que ao término da leitura, inúmeros questionamentos surgem e a história continua sendo trabalhada na minha mente.
    E sim, tenho um certo preconceito com clássicos, não é uma leitura que costumo fazer justamente por receio de encontrar uma linguagem rebuscaba e uma narrativa lenta, mas vou anotar a dica.

    Beijos.
    Leituras da Paty

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  5. O livro parece ser bem bacana, gosto desse tipo de livro. Confesso não conhecer esse livro, mas mesmo assim estou curiosa para realizar a leitura. Estava numa época em que clássicos muito me agradavam.

    memorias-de-leitura.blogspot.com

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  6. Oii,

    Nossa, eu não conhecia o livro e adorei a proposta!
    Gostei muuuito, realmente se você parar pra pensar, tudo em excesso faz mal, eu sou a que tem preconceito com livros classicos, mas esse me interessou bastante!
    Vou deixar anotadinho e espero encontrar

    Beijinhos,
    www.entrechocolatesemusicas.com

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  7. Todo mundo deveria ler Ítalo Calvino. O último que li foi As cidades invisíveis.
    Esse que você resenho ainda não li. Essa questão do bem e do mal é muito significativa. Podemos interpretar tanto olhando para a sociedade como para nós mesmo.

    Beijos



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  8. Oi Camila, tudo bom?

    Tenho problemas com livros clássicos, mas pretendo dar uma chance a eles em 2015. Espero que consiga perder essa birra de clássicos que eu tenho até hoje. Gostei da proposta desse livro, quem sabe ele não entre para a lista né?

    Beijos, Rob

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  9. Olá Mila, gosto muito de clássicos. E esse me chamou atenção, é uma reflexão. Gosto de livro assim.
    A resenha está pequena, porém bem explicativa. Queria ter esse dom. Parabéns!


    Beijooos!
    Vivendo em Livros

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  10. Olá Mila, gosto muito de clássicos. E esse me chamou atenção, é uma reflexão. Gosto de livro assim.
    A resenha está pequena, porém bem explicativa. Queria ter esse dom. Parabéns!


    Beijooos!
    Vivendo em Livros

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  11. Adorei a resenha, moça.
    Eu adoro os clássicos, e não me intimido com questões de linguagem, mas fiquei contente em saber que esse tem uma mais fácil. Outra coisa, nunca li o autor, e morro de vontades. Adoro a ideia de dualidade, bem vs. mal. Espero lê-lo em breve.

    Att,
    decarnasletras.blogspot.com

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  12. Olá, não li nada deste autor ainda, mas esse livro parece ser bem legal e abordar como plano de fundo a politica mostrando sim a opinião do autor, eu sou da opinião que mesmo sem perceber o autor coloca suas preferencias não só politicas como de diversos assuntos nos seus livros.

    Visite o blog "Meu Mundo, Meu Estilo"

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  13. Oi Camila, tudo bem?
    Adorei a mensagem que o livro passou, eu também sou a favor do equilibro, também acredito que tudo em excesso é ruim. Eu gosto muito dos clássicos e principalmente daqueles mais críticos. Antigamente, era costume, os autores falarem da sociedade em que viviam, da influência das artes, da música, da política e religião. Hoje, não vejo mais isso, é diferente.
    Dica super anotada.
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  14. Olá

    Já tinha ouvido falar do autor, mas nunca li nada dele. Só digo que parece ser bem interessante e ainda mais com uma linguagem mais simples (espero que isso sempre esteve lá). Essas edições de bolso da Cia das Letras são muito bem feitas, tem uma do Poe que estou de olho há tempos mas não consegui adquirir ainda x.x Muito legal seu projeto, parabéns!

    Abraço!
    www.umomt.com

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  15. Amei o que já li do Ítalo Calvino. Não conhecia esse livro e me apaixonei por ele! Com certeza, tudo em excesso faz mal, até a bondade, é como você disse, a miséria só seria transferida para outras famílias se a sugestão do personagem fosse acatada. Adoro livros que fazem os questionamentos permanecerem com a gente, quero ler!

    Beijo!

    Ju
    Entre Palcos e Livros

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  16. Oi Ca... tudo bem com você minha flor??
    Eu estou bem... E sempre feliz com suas visitas no blog.
    Essa resenha me inspirou a leituras clássicas... realmente algumas são cansativas, mas tem outras que nos engradecerem e nos faz refletir... parece-me que essa é bem interessante... eu gostei muito do título e eu não conhecia... e da premissa... Xero!!!!!!

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  17. Oi Camila, tudo bem? Achei bem legal a ideia do grupo e acho que escolheram um livro bem interessante para começar. Eu adoro clássicos, enquanto as pessoas reclamavam de ter que lê-los na escola, eu adorava... vou procurar esse na biblioteca para ler. Achei bem interessante essa dualidade do Visconde e realmente nos faz refletir que as pessoas nunca são totalmente boas ou totalmente más, que tem que existir o equilíbrio e tanto um quanto o outro, se em excesso, pode ser bem prejudicial.

    Beijinhos,

    Rafaella Lima // Vamos Falar de Livros?

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  18. OI,
    não conhecia o livro, pois não sou muito de ler clássicos. Gosto de livros que despertam questionamentos, mas não sei se leria esse livro, não sei se conseguiria ficar presa a leitura.
    E acho que tudo em excesso faz mal rsrs

    Beijos!

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  19. Oi,

    Vejo que o autor é bem renomado e conhecido, porém, ainda não li nada dele. Deve ser um livro que leva muito ao lado reflexivo, principalmente sobre essa ideia tudo demais faz mal . Sendo um clássico, e de fácil entendimento, desejo desde já a leitura de O Visconde Partido Ao Meio.

    Até mais,
    Sérgio H.

    www.decaranasletras.blogspot.com

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  20. Olá Camila,
    realmente, nos leitores temos receio de pegar um leitura clássica, por causa disso, de conter palavras e frases que nos façam ficar perdidos.
    Mas lendo sua iniciativa com esta postagem eu poderia ate me arriscar a ler este livro, gostei da proposta dele, em nos mostrar o lado bom e ruim e do excesso dela. Olha uma maneira legal de nos fazer mudra de opinião essa sua versão a leitura clássica.

    Beijokas Ana Zuky

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  21. Eu não tinha ouvido falar desse livro ainda, acredita? E fiquei com um pézinho atrás quando comecei a ler sua resenha, porque os clássicos sempre possuem uma linguagem mais complicadinha, mas depois de ter lido alguns eu passei a ver os clássicos de forma diferente, embora eles possuam uma linguagem mais difícil, os mesmo podem ser bem bacanas e trazer ótimos questionamentos para o leitor, por essa razão eu fiquei bem interessada em O Visconde Partido Ao Meio, só com a sua resenha eu já comecei a pensar nos assuntos, imagine lendo? kkkk Enfim, adorei esse grupo que você participa oo/

    Beijos :*
    Larissa - http://srtabookaholic.blogspot.com.br

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  22. Oi, Camila!
    Comprei O Cavaleiro Inexistente e comecei a ler há um tempo, mas parei. Pretendo continuar logo. Não tinha ouvido falar ainda do livro O Visconde Partido ao Meio, e fiquei interessada, agora que vi seu post. Minha mãe fala muito de Calvino, então me deu vontade de ler algo dele. Terminei comprando por impulso um dos ensaios sobre literatura e a história do cavaleiro. Eu costumava ler clássicos quando era mais nova, agora estou numa fase de chick-lits e livros atuais. Espero voltar a eles logo! Beijos

    Letícia Valle
    Litteratura Mundi

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